Economia
O cenário prospectivo deve seguir um movimento de depreciação de ativos brasileiros até a ocorrência de sinais mais concretos em relação à extensão e magnitude do impacto da economia chinesa. Sob o prisma da economia brasileira, a tendência é que os efeitos econômicos se concentrem fundamentalmente na redução de preços de mercadorias e desvalorização do câmbio. Uma balança comercial, então, passa a ganhar um valor negativo e um taxa de câmbio, uma longa trajetória rumo aos dados sugeridos pelo nível atual de prêmio de risco. O cenário pessimista aparece em um quadro mais amplo de desaquecimento da economia global. Os sinais mais recentes
confirmam o quadro de estabilidade monetária, ou contribuem para a redução de taxa Selic na reunião do Copom. Nossa leitura é que, por agora, o ciclo de afrouxamento monetário é encerrado.
Política
É verdade que existe uma janela de oportunidade para a votação das reformas, mas o ambiente em 2020 deve ser marcado por bastante pressão por conta das questões políticas e dos efeitos do calendário eleitoral. De todo modo, a tendência é de peso crescente do poder Legislativo no encaminhamento das reformas. A descentralização do poder de agenda confere às lideranças partidárias papel privilegiado na definição do ritmo e do conteúdo da agenda econômica. A ausência de uma coalizão majoritária dificulta proteger a agenda do governo do jogo político-eleitoral. O risco
do quadro político deve aparecer com a decepção no ritmo das votações, especialmente se a economia não der sinais mais relevantes de retomada.