Economia
As projeções para a atividade econômica em 2021 passaram a ter um viés negativo em linha com o recrudescimento da pandemia, com aumento de casos e óbitos em grande parte do País. As novas restrições à mobilidade social e à atividade econômica dos setores não essencial explicam a parte relevante desse ambiente mais perverso para o ciclo econômico. Esse efeito da pandemia é naturalmente relevante, especialmente em função do ritmo ainda lento de vacinação. A instabilidade macroeconômica aparece como resultado direto de um risco fiscal mais elevado em linha com a paralisia decisória em torno do orçamento. Basicamente, o mundo da política não encontrou acordo para realocação de gastos na atual conjuntura. Se, no passado, essa instabilidade não trazia efeitos mais relevantes para além da depreciação cambial, a realidade atual já mostra outros impactos da não resolução do componente fiscal.
Política
O ambiente político continua gerando um viés pessimista para o ciclo econômico em meio ao quadro alarmante de saúde pública. As bases de um quadro fiscal mais sólido seguem frágeis. Ainda, a descoordenação entre os tomadores de decisão prolonga os efeitos econômicos e sociais da pandemia. A tendência é de manutenção desse viés ao longo dos próximos meses. A expectativa é de que uma recuperação pouco mais consistente se materialize no segundo semestre. A raiz da instabilidade política é a baixa popularidade presidencial. As pesquisas de opinião pública mostram sistematicamente o aumento da rejeição à atual administração, contribuindo para um quadro de polarização crescente. O baixo capital político deve reforçar a fraqueza do governo no controle da pauta legislativa. A novidade de 2021 é que a popularidade passou a ser afetada pelo quadro pandêmico. Se somarmos os efeitos políticos da inflação em alta, chegamos à explicação da fraqueza do capital político do governo.