Economía:
Os sinais de instabilidade macroeconômica já estavam presentes no radar nos últimos meses. Tal tendência, na verdade, ganhou tração em função do cenário externo mais turbulento por conta da combinação entre dilema inflacionário mais disseminado e fontes de riscos para China e Estados Unidos. Grosso modo, a quebra da cadeia de suprimentos como resultado da explosão
inflacionária dos insumos produtivos gerou turbulência para as economias emergentes. O quadro doméstico continua como importante fator de risco. Sob o prisma político, as incertezas em relação ao orçamento de 2022 permanecem, contribuindo para reforçar o risco de uma nova crise de confiança. Os resultados dos principais indicadores de atividade demonstram que o avanço do cronograma de vacinação e a melhora do quadro sanitário do País têm impulsionado a atividade econômica. Entretanto, os segmentos ainda apresentam desempenho heterogêneo, diante das atuais limitações ligadas ao cenário macroeconômico atual.
Política:
O quadro político aos olhos da agenda econômica, mais uma vez, é fonte crescente de risco, devido à indefinição do desenho do orçamento em 2022. Na verdade, a ambição intervencionista da elite política foi reforçada por meio da inclusão do preço dos combustíveis como um problema central da atual conjuntura. O desgaste decorrente do quadro inflacionário deve promover mais ativismo legislativo ao longo do mês, colocando em risco o ambiente de negócios da economia brasileira. A principal explicação para esse cenário encontra-se na falta de poder de agenda do governo. A fraqueza política do presidente limita as chances de construção de políticas voltadas para minimizar o risco fiscal. Na verdade, a baixa popularidade presidencial gera incentivo para expansão do gasto e do intervencionismo no sistema de preços por conta do calendário eleitoral. Essa dinâmica é reforçada pela competição por bondades eleitorais entre os atores políticos.