Economia
Os sinais de melhores atividades de atividade econômica no Brasil confirmaram-se com a divulgação do PIB do terceiro trimestre. O crescimento de 0,6% na margem confirma o reforço da recuperação econômica da economia brasileira, justificando o aumento da projeção de 2019. A expectativa é de que o ano será encerrado com um crescimento de 1,2%. Trata-se de um cenário decepcionante, em comparação as expectativar no início do ano. De todo modo, uma melhoria marginal até o final do ano deixa um resultado positivo para o crescimento em 2020. O equilíbrio macroeconômico segue na direção correta, a despeito das pressões pontuais na inflação. A dinâmica esperada para o indicador não deve alterar o cenário de mais uma queda adicional da Selic, o que deve contribuir para o reforço da atividade em 2020. Nesse sentido, o indicador mais preocupante é a taxa de câmbio. O cenário de incerteza internacional e a continuidade de um quadro de turbulências políticas resultaram na depreciação do câmbio, o que confirma a baixa probabilidade de cortes de juros mais agressivos.
Política
O quadro político atual confirma a materialização do cenário básico marcado pela retomada do crescimento econômico. A divulgação pelo governo de um amplo conjunto de medidas sinaliza que, de fato, o tema econômico será prioridade em termos de agenda legislativa. De todo modo, os riscos continuam elevados em função da agenda negativa em torno do núcleo familiar do presidente. O ambiente político, contudo, ganhou novos focos de incerteza. A soltura do ex-presidente Lula, após revisão da interpretação do Supremo quanto à execução da pena após decisão de instância colegiada, alterou a paisagem política, reforçando os sinais de polarização. Se não bastasse esse choque decorrente da instabilidade jurídica, o governo adicionou outro elemento de incerteza: a criação de um novo partido. A “Aliança pelo Brasil”, legenda para abrigar o bolsonarismo, deve contribuir negativamente para as reformas econômicas. A medida torna explícito o racha na centro-direita e reforça o caráter não econômico do projeto governista.
