Economía:
O ciclo de liquidez internacional contribuiu para a estabilidade macroeconômica do País ao longo do ano. O crescimento esperado de 2021 é basicamente o resultado de um momento positivo para a economia internacional somado ao avanço da vacinação. Esse retrato, contudo, é marca do passado. A combinação entre frouxidão da política monetária e choques de oferta, decorrentes de quebras nas cadeias de produção, especialmente no setor energético, trouxe a questão inflacionária para o centro das preocupações com o ambiente internacional. Essa mudança de ventos na economia internacional é parte de um quadro deteriorado para a economia brasileira em 2022. A questão fiscal reforçou o risco inflacionário, resultando em sinais por parte da autoridade monetária em direção à uma política monetária mais restritiva. Esse novo equilíbrio macroeconômico marcado pela taxa de câmbio mais depreciada e um patamar de juros mais elevados trouxeram um quadro de menor crescimento para 2022.
Política:
O cenário político afeta constantemente o ciclo econômico nessa atual conjuntura. O grau elevado de incertezas políticas é uma das razões para a depreciação acentuada dos ativos brasileiros. Os últimos tempos foram marcados pela paralisia decisória em torno do orçamento de 2022, o que gerou uma nova crise de confiança. Os movimentos mais recentes apenas reforçaram a percepção de fraqueza da equipe econômica e, por consequência, de mudanças na política fiscal. Os riscos prospectivos sugerem continuidade da deterioração da gestão macroeconômica, resultado da perda de popularidade presidencial em meio à proximidade do calendário eleitoral. O quadro prospectivo não sugere reversão do problema político. A cena econômica menos virtuosa deve manter a popularidade do presidente em patamares insuficientes para a vitória em 2022, estimulando novas rodadas de intervencionismo na política econômica.